sexta-feira, 14 de junho de 2013

Doce miséria

Eu estava perdida e você sabia onde eu estava
Você parecia saber de tudo
Eu era fraca e você era forte
E eu e meu violão desafinávamos juntos

"Você me causa uma doce miséria
É assim que você me chama
Você me causa uma doce miséria!"

Eu era cega, mas como você podia ver?
Você via a beleza em tudo.
Em tudo em mim.
Eu chorava e você sorria.
E então ficava comigo por um tempinho mais.

"Você me causa uma doce miséria
É assim que você me chama
Você me causa uma doce miséria!"

E no meu coração eu vejo
O que você está fazendo comigo.
E no meu coração eu vejo
Exatamente como você queria que as coisas fossem,
Doce miséria.

Eu era fraca e você era forte.
E eu e meu violão desafinávamos juntos...

Michelle Branch

Sobre um amigo uruguaio

Seu rosto conserva um sorriso debochado
Seus olhos procuram, nos meus, sinais de divertimento
Escondidos sob a irritação, mal escondidos.
Meu coração idiota pula ao vê-lo
Idiota porque ele não gosta de mim
Só gosta da minha companhia.

Medo de vê-lo, angústia por não vê-lo.
Abraçá-lo ao cumprimentá-lo
E ouvir aquele riso baixinho de surpresa
Só faz-me querer ficar ali, envolvida por seu calor
Mas ele só gosta da minha companhia,
Não gosta de mim

Quatro anos tentando superar o primeiro, enfim consegui.
Enfim novamente, com ele as conversas não têm tabus,
Ao menos eu tento deixar os meus de lado.
Deveria eu ter percebido que aquilo parecia demais?
Deveria eu ter alimentado aquele pequenino sentimento?
Deveria eu ter me arriscado? Beijado-o?
Ele gosta da minha companhia, não gosta de mim.

Não sei se teria sido melhor que a verdade fosse dita
Quando nossos lábios se encontraram pela primeira vez,
ou quando ele partiu, ou quando ele voltou.
Talvez tivesse doído menos dizer que tal pausa era um fim
Não haveria me arriscado novamente
Mas ele não gosta de mim, só da minha companhia.

Agora fico eu pensando em como seria legal tê-lo comigo
E me punindo com suas palavras.
Pensando sobre como é bom gostar de alguém
Com motivos concretos, e recordando o que ele disse.
Sou madura o suficiente para saber
Que a recíproca não precisa ser verdadeira.

Em parte eu já esperava, apesar de ele não demonstrar,
Que, quando me arrisquei pela terceira vez e declarei-me,
Ele não retribuía meus sentimentos
Desde então, com suas palavras, puno qualquer novo desejo de arriscar-me:
"Eu gosto da sua companhia,
Mas eu não gosto de você."